3 de fevereiro de 2010

Não sei se ria ou se chore

Estou uma pilha de nervos. Até tremo...
Cheguei a casa às 4 e estavam cá 2 raparigas que não conheço de lado nenhum, porta de casa aberta, escancarada, caixas no corredor.
Entro em casa e lá vem a Sónia com um ar muito sério e "ai, ainda bem que chegaste porque assim eu posso informar-te que me vou embora para casa de umas amigas".
Então ela fartou-se dos meus ares de "ditadorazinha" e não está para aturar ralhetes de uma "fedelha" e vai para casa de gente que a trate bem.
Isto até podiam ser óptimas noticias... não fosse ela ainda não me ter pago a renda de Janeiro nem a parte dela das contas. Já estão a ver o filme, não estão?
Disse-lhe que achava uma óptima ideia, mas que as coisas dela não saiam lá de casa sem ela me dar o dinheiro que devia.
Estava a barraca montada. Que eu praticamente a tinha expulsado de casa e que ela não tinha de me pagar nada.
Eu à porta e ela a praguejar em altos berros e eu já com as lágrimas a saltarem-me dos olhos que eu quando me enervo desato logo a chorar feita estúpida.
Felizmente o senhor Luís veio à porta ver o que era aquela gritaria. O homem até deve ter pensado, ali com as caixas à porta e com aquela gritaria que eu estava a ser assaltada.
Ela começou a berrar com o homem também, a dizer que eu não a deixava sair de casa, que a estava a "sequestrar". E eu lá disse que ela podia ir onde quisesse, as coisas é que não saiam dali enquanto ela não me pagasse as contas.
Ele perguntou-lhe se era verdade que ela ainda não tinha pago o mês de Janeiro e ela lá berrou que não tinha pago nem tinha nada de pagar porque eu é que não a queria lá em casa.
E o senhor Luís, policia reformado e portanto consciente de que o que estava a dizer era uma mentira de todo o tamanho, lá me disse: "Olhe, menina Alice, isto o melhor é eu telefonar lá para a esquadra e chamar a polícia, que esta menina não sai daqui sem pagar o que lhe deve".
Felizmente a Sónia além de porca é um bocado burra e ainda acha que a polícia não tem mais nada que fazer senão prender meninos que não comem a sopa e lá parou de berrar e começou a dizer que não tinha o dinheiro, que depois pagava.
E o senhor Luís, abençoadinho, disse-lhe que não havia problema, que ia já com ela ao multibanco para ela levantar e aproveitava e até a ajudava a levar uma caixa para baixo.
E assim foi, lá voltaram os dois e ela deu-me os 130 euros da renda e disse-me que estava apertada de dinheiro e que depois me pagava as contas.
Eu sei que não vou receber nem um tostão do que falta, mas fico mais aliviada que não fico a arder com a renda.
Pronto... o senhor Luís foi à sua vidinha (tenho de lhe comprar uma prenda, abençoadinho) , elas andam lá fora a acartar coisas e a bater portas e eu vim para o quarto (depois de, num momento de cabra da minha parte ter fechado a porta da sala à chave para ter a certeza que não ia nada embora que não fosse suposto).
Como "fedelha" que sou telefonei à mãe-gu a contar o que se passava e desatei a chorar que nem uma perdida.
Pronto... tenho um quarto para alugar... de preferência rapidamente para não passar fome.
Mas apesar do nervoso, da cena escandalosa... estou aliviada. Vai ser bom não ter nojo da minha casa, poder convidar os amigos para virem cá sem ter medo de passar uma vergonha DAQUELAS.


3 comentários:

paula disse...

abençoado sr Luis, abençoada hora em que a moça se foi embora! que venha alguém decente :)

ameixa seca disse...

Chama o Rodrigo para dar um beijo na boca ao Senhor Agente Luís :)
Agora vê lá quem metes aí dentro!

Mist disse...

O Rodrigo é dali das outras duas doidivanas.
Por estes lados não há Rodrigo que me valha, só mesmo o senhor Luís... que espero bem nunca me tente dar mais do que o habitual par de beijos na cara. :)

E espero ter sorte na próxima inquilina.